De Arraial para uma Freguesia, rumo a uma cidade: A história de São Sebastião das Cabeceiras do Passé a antiga cidade de São Sebastião do Passé


    A atual cidade de São Sebastião do Passé emancipada em 12 de outubro de 1926, pertencia a cidade do São Francisco do Conde até o ano de 1926. A freguesia -antes arraial- de São Sebastião das Cabeceiras do Passé possuía 8 outros engenhos, dentre eles o Engenho São João, Engenho Lagoa, Engenho Pouco Ponto, Engenho Pericoara, Engenho Curralinho e Engenho São Gonçalo, Engenho Cinco Rios (usinas açucareiras) e Engenho do Carmo (criação de bois). Pouco se sabe sobre a história deste Município, um dos unicos documentos oficiais é o Alvará Régio de 11 de abril de 1718 que torna freguesia a vila/arraial eclesiasticamente conhecido como Nossa Senhora do Passé e que tempos depois constitui-se como um mais novo município do Recôncavo Baiano.
  O Engenho Cinco Rios (Maracangalha), era local de muitas usinas produtoras de açúcar, segundo Azevedo (2009) algumas cidades do Recôncavo da Bahia apresentava um solo proveitoso- massapé- para a plantação de cana-de-açúcar. No entanto não foi encontrado registros sobre o local exato dessas plantações de cana-de-açúcar na cidade, mas é de conhecimento a presença destas usinas atualmente desativadas.
       A produção açucareira as quais o Engenho de Cinco Rios fornecia, era transportado para diversas cidades envoltas de Cinco Rios, como Feira de Santana, Candeias, e Salvador, que pela estrada das boiadas servia de fácil acesso para a locomoção desses produtos. Essa conhecida estrada, durante alguns séculos construídos pelos escravos serviu de acesso a muitas outras cidades e que atualmente resultou em uma parte da BR 324, assim como permite o acesso a outras regiões do Recôncavo Baiano.
       No entanto os documentos até então encontrados sobre a cidade Sebastianense, não evidencia uma relação direta com essa importante estrada, mas sabemos quanto ela serviu-e serve- de via para o transporte de muitas cargas.
     O termo “das boiadas” está associado à via onde bois trafegavam, caminho também que dava acesso as produções vindas do sertão até a capital. O que desde já, tornou-se a conhecimento o devido termo acima citado. É de considerar que a criação de bois e vacas era bastante acentuada nos engenhos e não diferente a isso, o Engenho do Carmo, também era local para a criação dos mesmos.  
É de conhecimento a construção da Estrada da Rodagem (atual Av. São Sebastião), que foi projetada em cima do leito do Rio Jacuípe- esse ligava Salvador a Feira de Santana- era via de tráfegos de carros e cargas, o que porventura, configura-se como um contínuo da primeira estrada construída na Bahia, que seguia de Salvador até o interior (OLIVEIRA, 1997). Dando por entender que essa ligação seria a extensão (contínuo) da estrada das boiadas, para as demais localidades interioranas.


                                  Fonte: (Oliveira,1997).

      Não sendo encontrada a região exata da região da África onde era a cidade natal dos negros que na cidade de São Sebastião do Passé eram usados para trabalhos escravos, porém segundo estudos muitos desses negros no século XVIII advindos da Angola, negros iorubas (nagôs) de Benin, vieram para o Brasil, na Bahia há indícios que no século XIX, os negros pertenciam à cidade da Costa de Mina e da Angola, e que, por conseguinte foram sendo distribuídos entre o recôncavo.
  As representatividades desta negritude em São Sebastião do Passé estão bastante fortes na zona rural da África próximo a Taquipe, apesar de não poder ser encontrado registro de qual região da África eles são descendentes, são de considerar a resistência e lutas desses negros.

Referencias

FERREIRA, Jurandyr Pires. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. XXI volume. Rio de Janeiro, 1958.

AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Engenhos do Recôncavo Baiano. Brasília, DF: Iphan/Programa Monumenta, 2009.

OLIVEIRA, Jardilina de Santana.            São Sebastião do Passé, 278 anos de história. Bahia, 1997.






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