São Sebastião do Passé: um mais novo Município?

Hoje a cidade de São Sebastião do Passé completa 92 anos de emancipação, haja vista que elevada a categoria de Município em 12 de outubro de 1926, o município de São Sebastião do Passé teve como seu primeiro administrador o Coronel Luiz Ventura Esteves, mesmo a muitos embates sobre o retorno deste Município para as posses da cidade de São Francisco do Conde, a sua emancipação foi um grande marco para a luta emancipatória, e que hoje comemora mais um ano de história.
Entre os poucos relatos encontrados sobre essa cidade, o que se sabe é que esta foi um dos lugares em que os Jesuítas exerciam a sua missão de catequizar os índios. De fato, muitos historiadores afirmam que por essas terras viviam índios, o que remete ao termo Passé, alias o nome em homenagem ao santo Sebastião, dizem ter sido a devoção de uma familia ao santo (não foi encontrado qual relação essa mantinha no arraial/freguesia), culminado na construção de uma capela, e que por isso, resultou no nome da cidade.
Foi a partir de sua independência de São Francisco do Conde, que a cidade começa a desenvolver-se e a ganhar proporções significativas. Por consequência, muitos bairros foram aparecendo, assim como as ruas foram criadas, suscitando em um aumento populacional. Com todo esse desenvolvimento urbano, a cultura popular acabou sendo esquecida. É de considerar que por muitos anos, o samba de roda, dança popular da região, era sinônimo de cultura local e de reconhecimento no Recôncavo. Presente em Maracangalha (Cinco Rios) foi gradativamente perdendo suas forças, mas não sua história, que fez com que atualmente, ocorra buscas para tentar renascer esse ritmo cultural forte.
             Praça Dorival Caymmi. Fonte: Olimpho modos de produção.
O distrito de Maracangalha além de carregar uma força cultural, ter sido local de usinas açucareiras, foi também palco de uma das melodias mais cantada na Bahia. A música de Dorival Caymmi “Eu vou pra Maracangalha, eu vou”, acabou apresentando o distrito para todo o mundo. Mas não foi somente Cinco Rios que teve seu desenvolvimento significativo, mas outros locais da cidade também receberam impacto das mudanças sociais, como o centro da cidade, as conhecidas Urbis e os demais distritos presentes, dentre eles: Lamarão, Nazaré de Jacuípe, Banco de Areia, Maracangalha, além dos povoados como Carmo, Gearí (alguns deles).
Com o desenvolvimento do centro da cidade, muitos bairros foram sendo criados (Humildes, Araçatiba, Jaime Menezes, São Roque, Irmã Dulce, Brasília, dentre outros), aumentando a proporção populacional da região, e dentre esses bairros destaca-se a localidade do Jaime Menezes (mesmo não está precisamente no centro da cidade). Dono das terras que atualmente constitui-se um bairro, Jaime Menezes foi um fazendeiro que foi loteando as suas propriedades de terras, resultando na formação e povoamento da região. Sendo considerado como um dos melhores bairros de se viver, há muito anos atrás era um local que desprovia de saneamento básico, possuía portanto, péssimas condições de moradia, mesmo assim, pessoas chegavam para construírem e residirem no local.

Foto antiga do bairro Jaime Menezes. Fonte: Terra Baiana.
Com a chegada de moradores, ruas foram sendo formadas e dentre elas a Rua Antônio Ribeiro da Silva. Situada em uma região bem localizada e bastante procurada para construção de residências, recebeu esse nome em homenagem ao ex-prefeito Antônio Ribeiro da Silva (1973-1977) e que na atualidade, é habitada por muitas famílias, algumas- as mais antigas- foram deixando o local e novas foram fazendo as suas instalações.  

Referências
FERREIRA, Jurandyr Pires. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. XXI Volume. Rio de Janeiro de 1958.
GARCEZ, Cátia. Maracangalha existe. Disponível em: <http://m.olimphomodosdeproducao.webnode.com.br/news/maracangalha-existe/.> Data de publicação: 03 de janeiro de 2014. Data de acesso: 12 de outubro de 2018.
Instituto Geográfico Histórico e da Bahia. Theodoro Sampaio. A conquista do Recôncavo e catequese dos índios: A cidade de São Sebastião. [s.l.], [s.n.], s.d.
OLIVEIRA, Jardilina de Santana.    São Sebastião do Passé, 278 anos de história. Bahia, 1997.
TERRA, Claudio. Conheça a evolução do Bairro Jaime Menezes de São S. do Passé. Disponivel em: < http://terrabaiana.com.br/index.php/2018/09/28/conheca-a-evolucao-do-bairro-jaime-menezes-de-sao-s-do-passe/>. Publicado em: 28 de setembro de 2018. Acesso: 12 de outubro de 2018.

Comentários

Postagens mais visitadas